A cidade de Wagner completa 57 anos de emancipação política administrativa neste sábado, dia 20 de julho. Um município localizado na Chapada Diamantina, com uma população de aproximadamente 9.753 habitantes.
Wagner comemora duas datas importante neste mês de julho:
- A primeira é o dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora do Carmo no dia 16, onde os católicos se reúnem para comemorar com festejos e caminhadas pela ruas até a igreja.
- A outra é o aniversário do município, no dia 20 de julho, que é comemorado com buscas pela história da cidade, álbuns de fotos antigas e momento marcantes da vivência dos moradores, como o filme O Punhal, que retrata o início da cidade desde o seu surgimento.
A Origem da Cidade de Wagner
Wagner teve início com o surgimento de um núcleo residencial às margens do rio Utinga com a denominação de Cachoeirinha, pertencente a Morro do Chapéu. Por ai passava a estrada que levava as boiadas e os tropeiros que faziam o comércio das Lavras Diamantinas com a Chapada Velha e a região do São Francisco.
De acordo com uma publicação do Site Dikaios, em 1981, a população da crescente povoação solicitou à administração municipal a mudança do nome para Wagner, em homenagem a Franz Wagner, alemão radicado no local que prestou ´enorme assistência à população` durante o período da seca que flagelou o sertão nos anos anteriores.
Em 1915, a então vila de Wagner foi elevada à categoria de município por decreto do Governador J.J. Seabra. Sobrevivia da indústria manufatureira de cana de açúcar, produzindo cachaça, rapadura e da agricultura e pecuária de subsistência. São dessa época os utensílios domésticos feitos em ferro, barro ou louça, alguns importados – os ferros a carvão, o fole, as panelas de ferro fundido, os candeeiros e lampiões a querosene.
No inicio do século passado chegou a Wagner um grupo de missionários presbiterianos, vindo dos Estados Unidos com a intenção de fundar em território baiano uma missão encarregada de difundir a fé, promover a educação e a saúde entre os sertanejos. Rechaçados de cidades maiores como Palmeiras e Lençóis, adquiriram a Fazenda Ponte Nova, no distrito de Itacira, município de Wagner e ai fundaram uma igreja, uma Escola Normal, que formava professores do ensino primário, um hospital, bastante moderno e equipado, e a primeira escola de enfermagem da Bahia.
Ponte Nova passou, então, a ser um polo irradiador de educação e cultura no interior da Bahia e o conjunto de construções do hospital, escola, igreja e internato sobrevivem como um marco arquitetônico importante para o município e para o Estado.
A partir da revolução de 30, a política industrial de Vargas determinou o fim dos pequenos engenhos de cana, provocando a retração e posterior decadência do município e que culminou com sua anexação a Lençóis, então o centro econômico, social e político da Chapada Diamantina.
Enquanto Wagner, em depressão, se retraia cada vez mais, Ponte Nova florescia. Sob os auspícios da missão presbiteriana, cresceu a população local, atraindo gente de fora. Novos tempos, novos hábitos e novos conhecimentos marcaram esse período, trazidos pelos missionários e seus sucessores.
Em 1962, Wagner foi novamente alçado à posição de município, desmembrado de Lençóis, com um distrito – Cachoeirinha e tendo como sede a antiga vila de Itacira, também conhecida como Ponte Nova, consolidando-se como um centro importante de educação e saúde.
Com a dissolução da missão presbiteriana e as novas orientações educacionais emanadas pelo MEC, os equipamentos escolares foram, alguns, incorporados à Secretaria Estadual de Educação, ou ao Ministério da Educação. Outras, como a antiga escola de enfermagem passaram para particulares.
As edificações, algumas subutilizadas, ainda atestam a capacidade técnica de seus construtores e representam belos exemplares da arquitetura neoclássica. Cachoeirinha, em consequência da estagnação econômica, manteve em grande parte seu caráter original, conservando traços de sua antiga beleza, um casario exuberante com seus arcos ogivais.
Por Blog do Adenilton Pereira
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